1 ticket para a arquibancada, por favor

Juliana Almirante
2 min readJul 3, 2022

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Photo by Paolo Chiabrando on Unsplash

Gosto de pensar em uma metáfora que deixa a vida mais suave e ajuda a me colocar no eixo sempre que ando meio pra lá e pra cá. É uma comparação com uma arquibancada de um espetáculo. Nessa visão, que eu li certo dia na internet e vou ficar devendo os créditos do autor por conta do meu esquecimento, a gente ocupa sempre uma cadeira na vida do outro. E o outro também ocupa uma cadeira na nossa. Siga a leitura para entender melhor.

Às vezes, esse lugar na vida do outro é na 1ª fila. A gente tem uma visão mais privilegiada, mas também tem que estar pronto para ser chamado para participar da apresentação quando o outro precisar. É na 1ª fila que a conseguimos receber e dar olhares mais íntimos. Também ali que não perdemos nenhum detalhe de tudo que tá rolando na vida do outro.

Na última fila, a visão é outra. Corremos o risco de não entender algum ponto importante e assim, podemos acabar com uma impressão mal resolvida da história. De longe, por outro lado, ganhamos a chance de relaxar mais durante a apresentação e até mesmo tirar um cochilo em um momento mais enfadonho.

Seja como for, é interessante observar-se em cada lugar e aproveitar as vantagens da posição que nos colocamos (ou somos colocados?), na vida alheia.

Em contrapartida, o outro também terá uma posição na nossa vida. Nem sempre o lugar na fila será o mesmo e, muitas vezes, isso pode até mesmo ajudar a equilibrar a relação.

Portanto, entender que só ocupamos uma cadeira pode ser tanto libertador quanto desesperador, a depender do ponto de vista do interlocutor. Eu prefiro enxergar pela perspectiva da liberdade (olímpica, como diz Clarice Lispector). Dessa forma, acredito que ainda recebo o bônus do respeito ao outro e a mim mesma. Viva!

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